Sentindo desconforto nos ossos? Descubra por que a osteonecrose não poupa ninguém!

Consumo de álcool e uso de corticóides podem ocasionar a condição que prejudica a irrigação sanguínea no tecido ósseo

Se você anda incomodado com dores nos ossos do quadril, glúteos, coxas e joelhos, saiba que pode ser sinal de osteonecrose. Essa condição afeta a saúde óssea, resultando na morte das células devido à falta de irrigação sanguínea adequada, causando sintomas como fortes dores e dificuldade de movimentação. O que poucas pessoas sabem, é que mesmo que mais de 80% dos casos ocorram na população do sexo masculino na faixa etária de 30 a 50 anos, a osteonecrose não faz distinção de gênero ou idade, podendo afetar também diversos jovens e mulheres.

Segundo a Sociedade Brasileira do Quadril, aproximadamente 10.000 a 20.000 pessoas são diagnosticadas com osteonecrose da cabeça femoral anualmente nos Estados Unidos. E embora não tenhamos dados confiáveis sobre quantas pessoas sofrem com a condição no Brasil, especialistas acreditam  que a proporção de casos seja semelhante.

De acordo com o Dr. David Gusmão, médico ortopedista e especialista em quadril, a osteonecrose, também conhecida como necrose avascular, é uma condição onde há a falta de suprimento sanguíneo adequado. “Essa interrupção no fluxo sanguíneo pode ser desencadeada por diferentes fatores, incluindo lesões, uso de certos medicamentos e outras condições que afetam a circulação sanguínea para os ossos. A ausência de irrigação do sangue para o tecido ósseo leva à deterioração, causando comprometendo da sua estrutura”, explica o médico


Uma das causas mais comuns da necrose são as bebidas destiladas, segundo David o uso acima de 1 litro de destilado por semana durante 6 meses, aumenta o risco de desenvolver a condição. “Ainda doenças, como asma, artrite reumatóide e lúpus eritematoso sistêmico, que geralmente são tratados com medicamentos esteróides, embora não se saiba exatamente porque, podem levar a osteonecrose. Até casos mais graves do coronavírus quando utilizado corticoides para conter a reação inflamatória pulmonar podem ser fatores de risco”, afirma o médico.

Isso acontece porque casos de doses relativamente altas de corticóides podem causar como sequela a osteonecrose da cabeça femoral. Pacientes que fazem quimioterapia para tratamento de algum tipo de câncer, com doença de Caisson (doença do mergulhador), anemia falciforme, doenças reumáticas, doença de Gaucher, lúpus eritematoso sistêmico, doença de Crohn, embolia arterial, trombose, e vasculite também devem prestar atenção no sintomas.

Ele alerta que os sintomas iniciais podem incluir sensação de rigidez, desconforto ao se movimentar, dor persistente nas articulações, limitação na amplitude de movimento e inchaço nas áreas afetadas. Por isso, o especialista destaca que identificar a osteonecrose em estágios iniciais é indispensável para melhores resultados. “Exames de imagem e consultas regulares com profissionais de saúde são fundamentais para um diagnóstico precoce. Eu sempre sugiro que qualquer pessoa com sintomas busque um médico, inclusive jovens e mulheres, pois descobrindo cedo temos chances de reverter a situação e salvar o quadril do paciente, sem precisar de uma prótese”, ressalta Gusmão.

Aliado ao diagnóstico no início da doença, o tratamento preventivo não apenas alivia dores pontuais, mas também interrompe o avanço da condição. O Dr. Gusmão sugere dicas preventivas além das opções tradicionais, como fisioterapia, alongamentos e prática de exercícios físicos, também manter um peso saudável, adotar uma dieta balanceada rica em nutrientes essenciais para a saúde óssea (como o cálcio) e evitar o consumo excessivo de álcool.

Contrariando a crença comum, o médico enfatiza que a osteonecrose não é exclusiva dos adultos; jovens também podem ser afetados. Ele alerta que ignorar sintomas ou postergar cuidados pode resultar em complicações sérias, incluindo a necessidade de procedimentos cirúrgicos invasivos. Caso perceba os sintomas da osteonecrose procure um médico e solicite exames específicos, como ressonância magnética e avaliação clínica completa. Quanto mais cedo descobrir, melhor será sua qualidade de vida.

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