Instituto Moreira Salles expõe 260 fotografias do carioca Walter Firmo

Os retratos icônicos dos compositores Pixinguinha e Cartola e da cantora Clementina de Jesus, além de belas imagens que exaltam a cultura e a população negra brasileira, todos produzidas pelo fotógrafo Walter Firmo, estão em exibição no Instituto Moreira Salles (IMS), em São Paulo. A mostra tem entrada gratuita.


Exposição Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito, com curadoria de Sergio Burgi, no Instituto Moreira Salles – IMS Paulista. – Rovena Rosa/Agência Brasil

A exposição Walter Firmo: No Verbo do Silêncio a Síntese do Grito fica em cartaz até 11 de setembro e reúne mais de 260 obras do artista carioca. O coordenador de Fotografia do IMS, Sergio Burgi, é o curador da mostra. e a professora Janaina Damaceno Gomes, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), a curadora adjunta. Janaina é coordenadora do Grupo de Pesquisas Afrovisualidades: Estéticas e Políticas da Imagem Negra.

A seleção ocupa dois andares do edifício localizado na Avenida Paulista e apresenta fotografias feitas na década de 50, quando Firmo iniciou a carreira, até as tiradas no ano passado. Parte das obras provém do acervo do fotógrafo, que se encontra sob a guarda do IMS desde 2018, em regime de comodato.


Exposição Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito, com curadoria de Sergio Burgi, no Instituto Moreira Salles – IMS Paulista. – Rovena Rosa/Agência Brasil

Walter Firmo, que fotografou para revistas como Realidade e Manchete e para a indústria fonográfica, é conhecido pela experimentação e pela criação de imagens encenadas e dirigidas, de cores fortes e intensas, que dialogam com a pintura e o cinema.

“A fotografia, para mim, reside naqueles instantes mágicos em que eu posso interpretar livremente o imponderável, o mágico, o encantamento, nos quais o deslumbre possa se fazer através de luzes, backgrounds [planos de fundo], infindáveis sutilezas, administrando o teatro e o cinema nesse jogo de sedução, verdadeira tradução simultânea construída num piscar de olhos em que o intelecto e o coração se juntam, materializando atmosferas”, disse Firmo.

Na exposição, estão também as fotografias e o texto escrito para a matéria 100 Dias na Amazônia de Ninguém, publicada no Jornal do Brasil em 1964, trabalho pelo qual Walter Firmo ganhou o Prêmio Esso de Reportagem.


Exposição Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito, com curadoria de Sergio Burgi, no Instituto Moreira Salles – IMS Paulista. – Rovena Rosa/Agência Brasil

Entre os destaques da exposição estão ainda um ensaio feito por Firmo com o artista Arthur Bispo do Rosário, realizado em 1985 para a revista IstoÉ, e uma série de fotos de Pixinguinha.

O público que visitar a mostra ainda poderá assistir ao curta-metragem Pequena África (2002), do cineasta Zózimo Bulbul, no qual Firmo trabalhou como diretor de fotografia.

Mais informações sobre a exposição podem ser obtidas no site do IMS.


Exposição Walter Firmo: no verbo do silêncio a síntese do grito, com curadoria de Sergio Burgi, no Instituto Moreira Salles – IMS Paulista. – Rovena Rosa/Agência Brasil
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