Mostra na Cinemateca Brasileira, em SP, destaca cineastas estreantes

A partir desta quinta-feira (21), a Cinemateca Brasileira, em São Paulo, apresenta a Mostra Meu Primeiro Longa. São 14 filmes de cineastas estreantes em longa-metragem entre 2020 e 2022. A ideia surge da percepção de que diretores emergentes não tiveram a devida visibilidade perante o público e que os espaços de exibição ficaram reduzidos por causa da pandemia de covid-19. 

Com esse projeto, a Cinemateca destaca a preocupação em difundir novos conteúdos audiovisuais e dar oportunidades a novas vozes do cinema. Segundo os organizadores, alguns filmes que estão na mostra até foram exibidos em festivais de cinema e ficaram em cartaz, mas também foram prejudicados pela baixa frequência das salas durante a pandemia. 

Os ingressos para a mostra são gratuitos e devem ser retirados uma hora antes de cada sessão. A exibição será na Sala Grande Otelo, que tem capacidade para 210 lugares e quatro assentos para cadeirantes. A Cinemateca Brasileira fica no Largo Senador Raul Cardoso, no bairro Vila Mariana.

O evento terá dois encontros: um no sábado (23), às 16h, do qual participam Bruna Piantino (Xeque-Mate), Daniel Leite Almeida (Alice dos Anjos), Cláudia Pinheiro (O Novelo), Lino Meireles (Candango: Memórias do Festival) e Joel Pizzini, Beatriz Martins e Lia Kulakauskas (Madalena).

No sábado seguinte, dia 30, também às 16h, a conversa será com Cássio Pereira dos Santos (Valentina), Djin Sganzerla (Mulher Oceano), Isaac Donato (Açucena), João Paulo Miranda Maria (Casa de Antiguidades) e Thais Fujinaga (A Felicidade das Coisas). 

Seleção

Na quinta-feira (21), às 19h, a mostra tem início com Meu Tio José, de Ducca Rios, que conta a história de Adonias, um menino que precisa encontrar uma forma de lidar com o luto e a tristeza. O filme tem Wagner Moura, Tonico Pereira e Lorena Comparato no elenco. Às 21h, o documentário Candango: Memórias do Festival, de Lino Meireles, ganha a telona da Cinemateca. O título conta a história do festival de cinema de Brasília.

Alice dos Anjos, dirigido por Daniel Leite Almeida, abre as sessões de sexta-feira (22). A obra é uma releitura de Alice no país das maravilhas, de Lewis Carrol, em diálogo com A Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire. A ficção explora um mundo mágico com personagens que estão em luta contra um opressivo coronel que quer construir uma usina hidrelétrica na região. Às 21h, é a vez de Xeque-mate, de Bruna Piantino. A partir da metáfora de um jogo de xadrez, o filme explora os jogos de poder relacionados à regulação das drogas.

O sábado (23) começa com o debate entre realizadores e, em seguida, terá a exibição de O Novelo, de Claudia Pinheiro, às 18h. O filme retrata os conflitos e as memórias de cinco irmãos que são criados pelo irmão mais velho, após a morte da mãe. O filme Madalena, de Madiano Marcheti, será exibido às 20h. A história se passa no Centro-Oeste brasileiro e tem como enredo o sumiço de Madalena e a forma como três pessoas são afetadas por esse desaparecimento.

No domingo (24), às 18h, ganha as telas Currais, de David Aguiar e Sabina Colares, que retrata os campos de concentração da seca no sertão nordestino na década de 1930. Às 20h, será exibido Babenco, alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou, de Bárbara Paz, uma homenagem ao cineasta, morto por câncer, com memórias, reflexões e fabulações de sua vida. 

A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga, é a história de uma mãe que sonha em construir uma piscina para os filhos “na sua modesta casa de praia”. A projeção será na quinta-feira (28) às 19h. Às 21h, A Terra de Frente, de Thiago Cóstackz, discute a emergência da crise climática global a partir de depoimentos, performances e entrevistas.  

Na sexta-feira (29), será exibido Açucena, às 19h, dirigido por Isaac Donato. A sinopse diz: “Todo ano, uma mulher de 67 anos comemora seu aniversário de 7 anos”. Às 21h, Valentina, de Cássio Pereira dos Santos, traz a história de uma menina trans de 17 anos que se muda para uma pequena cidade mineira com a mãe.

Após o debate, às 18h, Mulher Oceano, drigido por Djin Sganzerla, mostra a jornada pessoal de uma escritora brasileira entre Tóquio e o Rio de Janeiro. A mostra termina com Casa de Antiguidades, de João Paulo Miranda Maria, que narra a vida de Cristovam, um “caipira” do interior do Brasil que busca em outras terras melhores condições de trabalho. A exibição será às 20h.

Vinculada à Secretaria Especial de Cultura, do Ministério do Turismo, a Cinemateca Brasileira é gerida pela organização social Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962. 

Exit mobile version