Universidade Livre do Circo forma e exporta artistas para o mundo

A Universidade Livre do Circo (Unicirco) – projeto idealizado pelo ator, diretor e instrutor circense Marcos Frota, anunciou que um de seus alunos, o trapezista Julio Cezar, passará a integrar permanentemente a trupe do espetáculo Mystère, do Cirque du Soleil, em Las Vegas, nos Estados Unidos.

Nascida em Brasília em meados dos anos 2000, a Unicirco é um projeto social voltado para a educação de crianças e jovens com foco nas artes do picadeiro. Com apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Secerj), do governo estadual e da Fundação Parques e Jardins, além de patrocínio da Petrobras, a associação promove cursos e oficinas com foco em performance, operacionalização e criação de espetáculos circenses.

“Temos uma escola de circo viva. Hoje, 22 anos depois [da fundação da Unicirco], é uma grande realidade. Temos mais de 1,5 mil alunos – todos podem frequentar nossas oficinas gratuitamente. É a educação através da cultura”, afirmou Marcos Frota em entrevista à Agência Brasil.


Projeto Unicirco educa jovens através da tradição circense e exporta talentos para diversos países. – Universidade Livre do Circo/Divulgação

Segundo Frota, o circo é uma ferramenta de transformação humana e promoção da cultura através da cidadania. O idealizador do projeto Unicirco acredita que o circo é uma porta para novas oportunidades de formação e de emprego, além de incentivar o foco e a disciplina em jovens de regiões carentes. “O circo rompe a barreira da língua e exporta nossos valores. Eu acredito que o circo está para um jovem brasileiro assim como o futebol. O artista de circo brasileiro é muito valorizado.”

“O menino do circo não pode perder tempo. É quase como um ginasta olímpico, um atleta de alta performance. A cabeça fica leve. Ele participa dos conflitos familiares de maneira saudável, e se transforma em referência em sua comunidade”, complementou.

Espetáculos na pandemia

Com as restrições sanitárias impostas pela pandemia, a Unicirco teve que fechar as portas para apresentações presenciais. O que não a impediu, contou Marcos Frota, de continuar com as atividades sociais, só que com um papel diferente: o projeto social passou a distribuir quentinhas e refeições em comunidades onde atua e os instrutores e professores passaram a orientar comunidades sobre precauções sanitárias contra a covid-19, além de darem suporte social aos jovens envolvidos no projeto.

“A Unicirco foi muito prejudicada, mas não perdemos a intensidade das nossas relações. Obedecemos todos os critérios e conseguimos transformar, de forma fantástica, a vida das comunidades onde a Unicirco está presente”, explicou.

Formação internacional

Grandes empresas de espetáculos circenses, como o Cirque du Soleil, constantemente recorrem a profissionais da Unicirco para atuar e operacionalizar apresentações em solo nacional e também no exterior. De acordo com Marcos Frota, o Brasil é um expoente na formação de profissionais voltados para o setor, em especial acrobatas e artistas de números aéreos.

“O circo brasileiro passa por um momento espetacular. Uma nova geração surgiu: uma geração de empresários, técnicos e artistas circenses. Isso formou uma nova plateia, despertou um novo olhar. Hoje o circo anda lado a lado com todos os outros segmentos artísticos, como o teatro, a televisão e a internet. O circo discute a manifestação da cultura popular do nosso país. Esse é meu grande orgulho”, disse o artista circense.

Frota, que tem longo currículo de participações em telenovelas, peças de teatro, cinema e circo, foi entrevistado pela jornalista Marina Machado, no programa Sem Censura, e falou sobre o projeto Unicirco, além de contar detalhes da vida pessoal e carreira.

Assista ao Sem Censura com Marcos Frota:

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