A maternidade é uma jornada repleta de alegrias e desafios, e muitas vezes as mães se esquecem ou não tem tempo de cuidar de si mesmas em meio a todas as responsabilidades. A neuropsicóloga Leninha Wagner enfatiza a importância do autocuidado para as mães e compartilha dicas valiosas sobre como elas devem cuidar da saúde física, emocional, social e espiritualmente. Ela ainda destaca a importância de uma rede de apoio para dividir tarefas, seja ela formada pelo parceiro, familiares ou amigos.
A neuropsicóloga argumenta que a função materna exige muito da mulher. “É preciso cuidar de quem cuida, o autocuidado é fundamental e vital para as mães. Se você não está cuidando de si mesma, como pode cuidar dos outros?”, indaga.
Mas segundo ela, é importante lembrar que nem todas as mães têm a opção de passar horas cuidando de si mesmas “Muitas precisam trabalhar e têm uma rotina apertada para cuidar da casa e da família. No entanto, reservar alguns minutos por dia para relaxar e cuidar de si pode fazer uma grande diferença. Isso pode incluir atividades simples, como meditar por alguns minutos, fazer uma caminhada curta, tomar um banho relaxante, ou até mesmo delegar algumas tarefas para poder ter um momento de descanso sozinha. O autocuidado não é algo que deve ser feito apenas quando se tem tempo livre, mas sim incorporado na rotina diária. Pequenas mudanças na rotina podem fazer uma grande diferença”, afirma.
Leninha destaca a importância do cuidado emocional, social e espiritual “Isso inclui manter contato com amigos e familiares, buscar apoio quando necessário, cultivar hobbies e atividades que trazem alegria, e se conectar com algo maior que si mesma, independente da crença. Quando a mãe está em equilíbrio e se sentindo bem consigo mesma, ela pode até oferecer aos filhos um ambiente mais tranquilo e amoroso. Isso não só beneficia ela, mas também toda a família”, ressalta.
A neuropsicóloga explica que o autocuidado não é um luxo, mas sim uma necessidade. “O estresse crônico pode ter um impacto negativo na saúde física e mental. Ao cuidar de si mesma, a mãe pode reduzir o estresse e aumentar sua capacidade de lidar com os desafios da vida. “O autocuidado não é egoísta. É um investimento em si mesma e em sua família. Quando a mãe cuida de si mesma, todos ao seu redor se beneficiam”, sinaliza.
Para a profissional, muitas mães querem mais tempo para si, mas não tem apoio para dividir as tarefas e preocupações diárias. Ela ressalta que a rede de apoio é fundamental para ajudar as mães, principalmente durante o período pós-parto, mas também durante o processo de criação da criança durante o crescimento. Amigos e familiares devem estar cientes das necessidades das mães e oferecer ajuda sempre que possível. Isso pode incluir cozinhar refeições, fazer compras, cuidar do filho enquanto a mãe dorme ou descansa, ou simplesmente estar presente para ouvir e oferecer apoio emocional. As mães que têm uma forte rede de apoio têm mais chance de se recuperar mais rapidamente e se adaptar à nova vida com essa criança.
“A depressão pós-parto é uma condição real e séria que afeta muitas mães após o parto. O autocuidado é particularmente importante para as mães que estão lidando com essa situação. A diminuição da ocitocina, também conhecida como o “hormônio do amor”, pode ser um fator contribuinte para a depressão pós-parto. A ocitocina é liberada durante o parto e a amamentação, e ajuda a criar um forte vínculo entre a mãe e o bebê. Quando a produção do hormônio diminui, pode ocorrer uma sensação de desconexão e isolamento, o que pode levar à depressão”, explica a especialista.
Nesse contexto, o cuidado tanto da mãe consigo mesma, quanto da rede de apoio com a mulher, pode ajudar a aliviar alguns dos sintomas e fortalecer o vínculo entre mãe e bebê.
Para finalizar, a especialista separou seis dicas para as mães introduzirem na rotina:
1. Respire fundo: a respiração profunda pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade.
2. Faça uma pausa: reserve um tempo para si mesma todos os dias, mesmo que seja apenas alguns minutos.
3. Durma o suficiente: o sono é crucial para a saúde física e mental.
4. Pratique atividade física: o exercício regular pode ajudar a reduzir o estresse e melhorar o humor.
5. Conecte-se com outras mães: o apoio social pode ser uma grande ajuda para as mães.
6. Coma bem: uma dieta saudável pode ajudar a aumentar a energia e melhorar a saúde geral.
É completamente normal que as mães se sintam cansadas, especialmente durante os primeiros anos de vida de um filho. Cuidar de uma criança requer muito tempo e energia, e muitas vezes as mães têm que equilibrar isso com outras responsabilidades, como trabalhar ou cuidar da casa. Além disso, as mudanças hormonais e físicas que ocorrem durante a gravidez e a amamentação podem contribuir para a fadiga. É importante lembrar que o cansaço não significa que uma mãe não está fazendo um bom trabalho ou não ama seu filho. É simplesmente uma parte natural da maternidade, e as mães devem se permitir descansar quando necessário e pedir ajuda quando precisarem.
Buscar ajuda profissional é fundamental para as mães que estão enfrentando sintomas de depressão ou qualquer outro transtorno, como ansiedade e estresse crônico. Muitas vezes, elas se sentem pressionadas a lidar sozinhas com a maternidade e não procuram ajuda por medo de serem julgadas ou consideradas incapazes. No entanto, essas condições médicas são reais e podem ser tratadas com sucesso. Ao buscar ajuda, as mães podem receber o suporte emocional necessário para lidar com os desafios da maternidade e, assim, melhorar a qualidade de vida tanto para elas quanto para seus filhos.