Ele queria mais, estava mirando o ouro, mas o bronze de Zion Bethonico no snowboard cross já entrou para a história como a primeira medalha do esporte brasileiro em Jogos Olímpicos de Inverno. Ele está em Gangwon, na Coreia do Sul, com outros 16 atletas que disputam a quarta edição dos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude e formam a maior delegação já enviada pelo Brasil.
Zion Bethonico, que recebe o Bolsa Atleta na categoria Internacional, ficou com o bronze atrás apenas do francês Jonas Chollet (ouro) e do canadense Anthony Shelly (prata).
Foi com a humildade de quem sabe onde quer chegar que Zion avaliou a conquista. “Minha bandeira estava ali, então já estava bom, eu aceito, na próxima ela sobe com o hino”, brincou.
O snowboarder não perdeu a oportunidade de homenagear o irmão Noah Bethonico, atual campeão sul-americano, ao apontar as influências que ajudaram na conquista inédita do Brasil.
“Tem muitas coisas, mas o principal é ter um irmão que está no Mundial agora e que ao final de todas as minhas descidas ele subia comigo no “lift” (teleférico que leva os atletas para o local de início do percurso) e fazendo uma avaliação para melhorar em cada descida.”, avaliou o medalhista. “Ele está sempre do meu lado me ajudando nessa jornada aí”.
Melhor campanha do Brasil
A conquista de Zion já define Gangwon 2024 como a melhor campanha do Brasil em Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude, superando Lillehammer 2016, quando Marley Linhares fez o oitavo lugar no monobob. Já a melhor campanha em Jogos Olímpicos de Inverno do Brasil era justamente na prova que Zion conquistou o bronze neste sábado, com a nona posição de Isabel Clark em Turim 2006.
O feito de Zion ganha importância continental se analisarmos que essa é apenas a segunda medalha de países da América do Sul em Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude. A primeira foi a prata do colombiano Diego Amaya na patinação de velocidade em Lausanne 2020. Mas para o jovem catarinense, de Florianópolis, apaixonado também por artes marciais e jogos eletrônicos competitivos como League of Legends, Call of Duty e God of War, esse é apenas o começo e os planos para o futuro estão traçados.
“Estou um pouco preocupado porque estão arrumando muita entrevista para mim e eu tinha planejado ir para a academia hoje ainda com meus amigos”, disse entre risos. “Mas o plano é continuar com foco, seguir competindo forte e agora pegar um ouro nos Jogos Olímpicos adultos”, completou Zion.
Medalhas feitas por um brasileiro
As medalhas de ouro, prata e bronze em disputa nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude de Gangwon 2024 já são todas “do Brasil”, já que foram desenhadas pelo arquiteto brasileiro Dante Akira Uwai, de Brasília. Ele venceu concurso internacional aberto com a escolha do seu projeto chamado “Um futuro Brilhante”, que fez uma interpretação geométrica do lema dos Jogos, “crescer juntos, brilhar para sempre”.
Na última quinta-feira, Dante recebeu das mãos do presidente do COI, Thomas Bach, um conjunto com as láureas de ouro, prata e bronze.
“Um pedacinho do Brasil do outro lado do mundo que eu tinha de pegar”, brincou Zion.
Por: Ministério do Esporte